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Entrevista de Paulo Guerra ao Jornal de Negócios

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Paulo Guerra, fundador e presidente do conselho de administração da Step Ahead Consulting, em entrevista ao Jornal de Negócios traça o caminho rumo ao futuro da empresa.

Nova dinâmica e Expansão: Novos Polos Tecnológicos, Carreiras Promissoras, Crescimento da equipa de #Stepers e Resistência à Aquisição!

A empresa estava um pouco acomodada e havia que fazer uma mudança”, reconhece Paulo Guerra, presidente e dono da Step Ahead Consulting, tecnológica portuguesa que tem 20 anos e avança para uma nova fase de expansão: de rajada, em poucos meses, está abrir escritórios em Évora, Mangualde e Carcavelos, revela o responsável.

 

Estas localizações juntam-se às operações já existentes em Lisboa e no Porto (neste caso também com reforço), além da presença em Angola e Moçambique. Para o Polo de Évora, criado já este ano, a Step Ahead contratou 15 pessoas, mas “o objetivo é chegar às 50/60 em dois anos”, diz Paulo Guerra ao Negócios. A escolha desta cidade enquadra-se na aposta em “zonas de baixa densidade”, face aos desafios das maiores cidades. “O custo de aquisição de um escritório em Évora é mais económico do que em Lisboa”, e a pressão imobiliária também significa que se torna “mais fácil contratar” fora da capital. No caso da cidade alentejana há ainda “um ecossistema muito bem montado”, à volta da universidade, “com mão de obra disponível, que tem boas bases de formação”, nomeadamente em programação, e “um IEFP que trabalha mesmo muito bem”. A tarefa seguinte é “moldar” essas contratações “às tecnologias que são a base de trabalho da consultora (OutSystems, Salesforce, Oracle e Microsoft)”.

 

Esse escritório vai permitir “uma grande capacidade de produção local” e ajudar a sede, em Lisboa, cujos colaboradores “estavam a ficar sobrecarregados”, nota Paulo Guerra. “Só este ano já fechámos mais seis novos contratos”.

 

Há ainda a preocupação em “criar raízes”, para haver um “sentido de comunidade”, o que, defende, é mais fácil fora de Lisboa.

 

Uma segunda expansão no interior está a ser iniciada no distrito de Viseu. “O ecossistema de Mangualde está sedento de criar atratividade para empresas como a nossa”, refere o gestor, o que significa “apoios à contratação, facilitação de escritórios e criação de emprego técnico na zona para fixação da população jovem”. O objetivo aqui “é chegar às 25/50 pessoas no espaço de três a quatro anos”.

 

Juntando Carcavelos e o reforço do Porto, foram feitas este ano 37 contratações (de 92 para 129).

 

Num horizonte de três a cinco anos, Paulo Guerra aponta para as “200 a 250 pessoas”.

 

Vender? “Tivemos 14 propostas num ano”

 

Num mercado tecnológico em ebulição, em que há sérias dificuldades em encontrar mão de obra a preços comportáveis, PME como a Step Ahead estão sujeitas a aliciamento de empresas maiores que, ao fazer aquisições, “levam de uma assentada competências, equipas formadas e clientes”.

 

“Temos 16 ofertas ou sondagens de empresas diferentes, nacionais e internacionais. Só no último ano foram 14 tentativas de compra” da Step Ahead. “Tentam todos os anos. Já vem de há 4 ou 5 anos”, revela. No entanto, “não está à venda”, assegura Paulo Guerra, acionista único, que identifica um problema em Portugal: “Quando as empresas chegam a médias, o mercado não os deixa crescer. O assédio é muito grande. Mas para mim seria uma traição vender a empresa perante todos os que estiveram comigo em mais de 20 anos”.

 

A Step Ahead teve um volume de negócios de 6,3 milhões de euros em 2023 e conta chegar agora aos 7,2 milhões. As vendas dependem, porém, das inovações em cada momento e, em 2007, chegou a faturar 87 milhões de dólares com um só projeto, em consórcio.

 

Neste momento, entre os principais projetos está o “Jurista Virtual”, que “ajuda a gerir multas e contraordenações”, através de robotização. E está em desenvolvimento uma parceria com uma entidade do Estado e uma universidade (Paulo Guerra não revela quais), para tentar, “com um único centro de contacto, resolver todos os problemas com a máquina do Estado”, como pedir registos e pagar multas.

 

Entre os clientes da Step Ahead estão Sonae, Pingo Doce, Navigator, Benfica, os Ministérios da Justiça e dos Negócios Estrangeiros e estados como Angola ou Moçambique. Foi ainda parceiro da Jornada Mundial da Juventude.

 

 

Leia a entrevista de Paulo Guerra no Jornal de Negócios here.

 

Artigo escrito por:
Vítor Rodrigues Oliveira